Não pergunte por que lhe escrevo. Escrevo porque as palavras estão aí, como a cidade, a noite, a chuva, o rio, diante de mim, dentro de mim, uma torrente de palavras que não me cumprem.

— Marília Arnaud

Escreves-me com frequência, o que me é grato, pois assim te mostras a mim (te mihi ostendis) pelo único meio de que dispões. De cada vez que me chega carta tua, eis-me de imediato juntos. Se ficamos felizes por possuir os retratos dos nossos amigos ausentes… quanto mais nos alegra uma carta, pois traz vivas as marcas do ausente, o cunho autêntico da sua pessoa. O traço de uma mão amiga, impressa nas páginas, proporciona o que há de mais doce na presença: reconhecer.

– Sêneca, em carta a um amigo